A área técnica da Anatel deu um parecer que destina os 1200 Mhz da faixa de 6GHz para o Wi-Fi e a sua evolução o Wi-Fi 6E, decisão considerada acertada pelo presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas, TelComp, Luiz Henrique Barbosa, ao participar do o seminário Políticas de Telecomunicações, em evento online promovido pelo portal Teletime, nesta segunda-feira, 22/02.
"Já há muito espectro na mão das operadoras de telecomunicações. A distribuição de frequência impulsiona a competição", sustentou o executivo. Ainda de acordo com Luiz Henrique Barbosa, a decisão de conceder a faixa de 6GHz ao Wi-Fi, como faixa não licenciada, também incentiva acordos de ran sharing ( de compartilhamento de frequência) e ao compartilhamento de rede no mercado brasileiro. "Ainda temos muito por fazer para tornar o compartilhamento de infraestrutura um procedimento de rotina", observou.
Nos dias 02 e 03 de março acontece o Wi-Fi 6E no Brasil, organizado pelo Wi-Fi Now, e que vai reunir especialistas do Brasil e do mundo para discutir o estágio atual de uso da faixa de 6GHz para serviços não licenciados e os impactos econômicos, sociais e políticos de destinar os 1200 Mhz para as operadoras competitivas e provedores de serviços.
Entre os convidados, o vice-presidente da Anatel, Emmanoel Campello, e o assessor da presidência da FCC, a Anatel dos Estados Unidos, Umair Javed. O evento é gratuito, mas é preciso inscrição e as vagas são limitadas. clique aqui e inscreva-se.
As faixas de 2,4 GHz e de 5 GHz estão congestionadas no Brasil e torna-se urgente ter mais frequência por mais capacidade e eficiência, afirma o chefe de Tecnologia da CommScope para Caribe e América Latina, Hugo Ramos.
Para o VP da Oi, Carlos Eduardo Monteiro, o Brasil tem desafios a vencer para a expansão do Wi-Fi 6, como ofertar mais segurança jurídica e regulatória para os investimentos. O câmbio – já que todos os aportes e equipamentos são atrelados ao dólar – desponta como um gargalo a ser enfrentado.
Definindo-se como uma empresa de software que precisa de hardware e frequência para atuar, a Mambo Wi-Fi diz que os hotspots públicos vão crescer até nove vezes até 2022 com a liberação da faixa de 6 GHz para serviços não licenciados.