Era uma vez um programa ambicioso de inclusão digital, que previa usar a força de uma Telebras reestruturada para implantar redes de internet em locais onde o mercado privado não tinha nenhum interesse em chegar, ou mesmo fornecer redes para pequenos provedores competirem com grandes. Nesses moldes, o então chamado PNBL, o Plano Nacional de Banda Larga, durou pouco. Um ano depois de criado, foi trocado por uma versão mais palatável ao mercado privado.
Mas sem saber que a própria política desarticularia o PNBL, dois meses depois de anunciado o plano foi questionado no Supremo Tribunal Federal por meio de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 215), movida pelo partido Democratas. O DEM questionava a legalidade de a renascida Telebras implementar o PNBL. Era julho de 2010.
Mais de uma década depois, em julgamento concluído em 7/12 deste 2020, o Plenário do STF negou o pleito do DEM. Como apontou a relatora, Cármem Lúcia, “a permissão para que a Telebras execute atividades afins não altera a natureza jurídica da sociedade de economia mista nem confere ao Poder Executivo atribuição livre para, por decreto, desviá-la de suas finalidades estatutárias”.
Segundo o voto, acompanhado por unanimidade, o dispositivo questionado, o Decreto 7175/10, que criou o Plano Nacional de Banda Larga e conferiu missões para a nova Telebras, "não delegou ao chefe do Executivo ou a qualquer órgão estatal competência para editar leis sobre a estatal, deixando apenas expressa a possibilidade de regulamentação das suas atividades".
No fundo, nem havia mais o que ser questionado. Daí terem sido declarados prejudicados os pedidos do DEM relativos à inconstitucionalidade dos artigos 4º e 5º do Decreto 7175/10, pois a norma foi expressamente revogada pelo Decreto 9.612/2018. Por este Decreto mais recente, a Telebras foi relegada a um papel coadjuvante, no máximo, das políticas de inclusão digital - como garantir photo-ops de inauguração de WiFi em praças.
"Tem uma série de regras de educação, valores da família, formas de se comportar que não valem só para o jogo, para a rede social, valem para a vida”, diz a professora e psicoterapeuta, Ivelise Fortim.
"Vamos ouvir mais do que falar. Os pais precisam fazer os filhos falarem como atuam na Internet. É uma aprendizagem mútua e necessária", recomenda a analista de segurança Miriam von Zuben.
É imperativo que se trate a Internet como um lugar real e que se responsabilize as pessoas pelos seus atos para evitar os ataques, observou a especialista em comportamento e psicopedagoga Érica Alvim.
"Há milhares de aplicações positivas na Internet. O segredo é educar e conscientizar", sustenta o gerente de segurança do CAIS/RNP, Edilson Lima.
Em sua 15ª edição, o Dia Internacional de Segurança em Informática, promovido pela RNP, discutiu como a prevenção é fundamental em tempos de crianças e adolescentes hiperconectados.
País é o 25º em 32 países analisados em estudo produzido pela Microsoft. Por aqui, 41% acham que ataques e desinformações cresceram com a pandemia, enquanto 26% apontam que atitudes melhoraram.