2020 foi um ano marcado pela pandemia de Covid-19; pelo trabalho remoto e por muita energia e resiliência para atender a demanda por infraestrutura de rede no Brasil, aponta o fundador e presidente da WDC Networks, Vanderlei Rigatieri. Em entrevista ao portal Convergência Digital, o executivo diz que os planos para fazer uma abertura de capital foram postergados por conta da crise econômica, mas há a consciência que são precisos R$ 300 milhões para suportar o planejamento previsto para os próximos dois anos.
"O IPO virá, mas temos de entender o mercado e as consequências da pandemia na economia. Estamos diversificando nossas atividades para suportar os projetos. Uma das áreas onde mais aposto é na divisão de energia solar e temos cibersegurança crescendo muito pelo maior uso da Internet e pelos ataques hackers, além é, claro, de ainda termos muito por fazer em infraestrutura de rede no Brasil. A demanda por fibra ótica é enorme e vai seguir assim", afirma Rigatieri.
O plano para 2021 é construir um Network Operation Center para ampliar a oferta de soluções integradas para telecom e cibersegurança, afirma ainda o presidente da WCD Networks. Com relação à demanda por fibra ótica, Rigatieri diz que temeu por 2020 com a suspensão das atividades, mas o mercado - por conta do trabalho remoto e da explosão do uso da Internet para todas as atividades- reagiu melhor do que se esperava. A demanda foi tanta, que há problemas de abastecimento.
"A cadeia foi toda afetada por conta da parada na China e acredito que a normalização da produção virá no final de janeiro. Hoje as fábricas estão no limite para dar contas dos pedidos. O bom é que no Brasil ainda há muito por investir em fibra ótica e em rede. Até bem pouco tempo, só as operadoras compravam DWDM. Agora as empresas de Internet estão comprando. Os datacenters também são um mercado em forte expansão. Na verdade, há a construção de uma nova infraestrutura de Internet. Estamos começando", completa Rigatieri.
Para o centro brasileiro, localizado no Rio de Janeiro, a empresa de satélite contratou 10 funcionários, que serão responsáveis pelo atendimento a clientes no país e em toda a América Latina.
Em entrevista à CDTV, o executivo falou sobre os três objetivos estratégicos para 2021: reforma tributária digna para desonerar o emprego; formação de talento e medidas para garantir o uso intensivo de dados.
Apesar da crise econômica agravada pela Covid-19, o setor de TI e Comunicação cresceu 2.4% no ano passado, de acordo com dados da Brasscom. O segmento de software e serviços gerou R$ 216,1 bilhões, com crescimento de 5,1% e o de telecom, R$ 240,5 bilhões, mas com uma queda de 0,4%. Setor respondeu por 6,8% do PIB nacional.
"O Brasil não tem de ser um celeiro de mão de obra, um BPO. Temos de fazer tecnologia. Mas falta política pública. Em 20 anos, nada aconteceu", lamenta o CEO da Plusoft, Solemar Andrade.