A Covid-19 repaginou o papel do PC no Brasil, afirmou o presidente da Dell Brasil, Diego Puerta, em entrevista coletiva para divulgar a terceira edição do Índice de Transformação Digital da Dell Technologies 2020 (DT Index 2020), nesta terça-feira, 17/11. Segundo ele, as vendas de PC aconteceram por conta da produtividade ofertada pelo dispositivo.
"O PC ganhou uma ressignificância junto ao consumidor. Não vejo PC x smarpthone, até porque um oferece produtividade e outro mobilidade. Mas o PC voltou a entrar no orçamento restrito do consumidor. Vendeu-se muito mais PC do que smartphone na pandemia", observou Puerta, admitindo que o alto custo do dólar impactou nas vendas. "Essa é uma indústria muito indexada ao dólar. As margens são pequenas e os repasses imediatos. Se o dólar não tivesse subido tanto, venderíamos muito mais", observou.
A terceira edição do Índice de Transformação digital da Dell Technologies 2020 mostra ainda que nos investimentos em TI associados à transformação digital em andamento, as prioridades das empresas brasileiras são cibersegurança e privacidade (66%) e, na sequência, empatadas com 65,5% das menções aparece: análise e gestão de dados, ambiente de trabalho digital e serviços digitais sob demanda.
Já quando questionadas sobre quais os principais projetos para os próximos um a três anos, a maioria (53%) das empresas instaladas no Brasil, cita a preparação dos ambientes para o 5G ficando à frente do multicloud, que aparece com 52%. Cibersegurança desponta na terceira posição com 48%.
"Os ataques recentes de cibersegurança mostram que muitas empresas brasileiras não têm uma estratégia sólida e ficam expostas as fragilidades, causando dano à imagem e à reputação. Na verdade, cibersegurança não é uma questão da tecnologia, mas, sim, de negócios. A tecnologia neste caso é um meio para fomentar a proteção. As corporações precisam mudar a cultura", avaliou o presidente da Dell Brasil, Diego Puerta.
Para o centro brasileiro, localizado no Rio de Janeiro, a empresa de satélite contratou 10 funcionários, que serão responsáveis pelo atendimento a clientes no país e em toda a América Latina.
Em entrevista à CDTV, o executivo falou sobre os três objetivos estratégicos para 2021: reforma tributária digna para desonerar o emprego; formação de talento e medidas para garantir o uso intensivo de dados.
Apesar da crise econômica agravada pela Covid-19, o setor de TI e Comunicação cresceu 2.4% no ano passado, de acordo com dados da Brasscom. O segmento de software e serviços gerou R$ 216,1 bilhões, com crescimento de 5,1% e o de telecom, R$ 240,5 bilhões, mas com uma queda de 0,4%. Setor respondeu por 6,8% do PIB nacional.
"O Brasil não tem de ser um celeiro de mão de obra, um BPO. Temos de fazer tecnologia. Mas falta política pública. Em 20 anos, nada aconteceu", lamenta o CEO da Plusoft, Solemar Andrade.