O impacto da Covid-19 nas empresas brasileiros foi significativo. Tanto que 27,5% das 200 empresas entrevistadas pela terceira edição do Índice de Transformação Digital da Dell Technologies 2020 (DT Index 2020) assumem que têm medo de desaparecer nos próximos dois anos e 67,5% não acreditam em fechar as portas, mas em admitem muitas demissões e levar pelo menos quatro anos para retornar à lucratividade. Mas não foi apenas a Covid-19 que impactou na transformação digital. O índice de empresas líderes vem caindo desde 2016, quando esteve em 12% e, agora, quatro anos depois fica em apenas 4%.
O DT Index 2020 identificou ainda que 92% das empresas estão reinventando seu modelo de negócio por conta do cenário gerado pela COVID-19. Apesar disso, 45% estão preocupadas que a transição não seja rápida o suficiente. Mesmo com 42% das empresas instaladas no país afirmando terem acelerado todos ou a maioria de seus projetos voltados à transformação digital, 58% admitem que fizeram pouco ou nenhum progresso nesse sentido.
Entre as iniciativas mais relevantes, 58,3% dos entrevistados no Brasil priorizararam investimentos em soluções voltadas a garantir o trabalho remoto e home office, enquanto que 44,6% tiveram de reinventar a forma de entregar produtos e serviços para clientes e colaboradores e 40,6% aumentaram os esforços para evitar ataques cibernéticos.
A grande maioria (96%) reconhece que a pandemia evidenciou a importância de ter uma infraestrutura de TI mais ágil e escalável para atender às novas necessidades do negócio. Contudo, menos da metade (44%) afirmam ter as soluções tecnológicas adequadas para permitir uma aceleração dos projetos de digitalização. "Falta de dinheiro prejudicou bastante. Mas também avalio a falta de talentos capacitados para enfrentar o momento como muito importante", diz o presidente da Dell Brasil, Diego Puerta, na coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 17/11.
O levantamento aponta as principais barreiras à transformação digital:
·34,5% falta de crescimento econômico
·33% incapacidade de extrair informações importante dos dados
·28% preocupações com privacidade e cibersegurança
·28% falta de recursos e orçamento
·27,5% regulamentação ou mudanças nas leis
Para o centro brasileiro, localizado no Rio de Janeiro, a empresa de satélite contratou 10 funcionários, que serão responsáveis pelo atendimento a clientes no país e em toda a América Latina.
Em entrevista à CDTV, o executivo falou sobre os três objetivos estratégicos para 2021: reforma tributária digna para desonerar o emprego; formação de talento e medidas para garantir o uso intensivo de dados.
Apesar da crise econômica agravada pela Covid-19, o setor de TI e Comunicação cresceu 2.4% no ano passado, de acordo com dados da Brasscom. O segmento de software e serviços gerou R$ 216,1 bilhões, com crescimento de 5,1% e o de telecom, R$ 240,5 bilhões, mas com uma queda de 0,4%. Setor respondeu por 6,8% do PIB nacional.
"O Brasil não tem de ser um celeiro de mão de obra, um BPO. Temos de fazer tecnologia. Mas falta política pública. Em 20 anos, nada aconteceu", lamenta o CEO da Plusoft, Solemar Andrade.