O conselheiro do Bradesco, Maurício Minas, sustentou que o open banking - regulamentado pelo Banco Central - é uma ameaça, uma vez que possui uma regulação agressiva e até assimétrica para os incumbents (os grandes bancos), mas é também uma oportunidade e será uma agenda de ataque.
"Temos de implementar técnicas de defesa, mas atacar também. Temos funding, temos balanço, temos credibilidade, sabemos fazer compliance. Temos de usar essa experiência ao nosso favor para ter o open banking 100% orientado a serviços por APIs", afirmou ao participar de debate no CIAB Febraban 2020, nesta terça-feira, 24/06.
Ao falar sobre os planos do Bradesco para Tecnologia, Minas enfatizou que a instituição vai investir no uso massivo das nuvens híbridas. "Tudo virá do analytics, dos dados capturados por meio da inteligência artificial, do machine learning. O fim é melhorar a experiência com o cliente, mas essa estratégia exigirá muita capacidade de processamento", reforçou.
O Bradesco também trabalha para efetivar, na prática, um alinhamento entre a TI eo negócio. "As prioridades têm de estar acertadas. Para ter banco como serviço e acelerar os canais digitais, TI tem de ser orientada ao negócio e viabilizar a interconexão de diferentes plataformas", adicionou.
No período da pandemia ,contou ainda Maurício Minas, que o digital cresceu na pandemia com o uso da BIA, a inteligência artificial do banco, registrando um impulso de 25%. Já as operações de mobile banking - tanto na pessoa física como na jurídica - cresceram mais de 30%.
Para o centro brasileiro, localizado no Rio de Janeiro, a empresa de satélite contratou 10 funcionários, que serão responsáveis pelo atendimento a clientes no país e em toda a América Latina.
Em entrevista à CDTV, o executivo falou sobre os três objetivos estratégicos para 2021: reforma tributária digna para desonerar o emprego; formação de talento e medidas para garantir o uso intensivo de dados.
Apesar da crise econômica agravada pela Covid-19, o setor de TI e Comunicação cresceu 2.4% no ano passado, de acordo com dados da Brasscom. O segmento de software e serviços gerou R$ 216,1 bilhões, com crescimento de 5,1% e o de telecom, R$ 240,5 bilhões, mas com uma queda de 0,4%. Setor respondeu por 6,8% do PIB nacional.
"O Brasil não tem de ser um celeiro de mão de obra, um BPO. Temos de fazer tecnologia. Mas falta política pública. Em 20 anos, nada aconteceu", lamenta o CEO da Plusoft, Solemar Andrade.