A nova Estratégia de Governo Digital, expressa na forma do Decreto 10.332/20, reafirma a política de ‘nuvem primeiro’, fortalecendo o que já tinha virado norma para os órgãos da administração federal com a Instrução Normativa 1, publicada em abril de 2019. A EGD lista dentre as iniciativas a migração dos serviços de pelo menos 30 órgãos até 2022, ao mesmo tempo em que prevê “otimizar” no mínimo 30 datacenters.
“Realizamos, no final de 2018, uma contratação de serviços de nuvem bastante importante, que inaugurou o uso de nuvem pelo governo. Na nossa opinião, essa contratação até o momento foi um sucesso. Tivemos grande procura dos órgãos. Mas está chegando ao final, o volume de serviços a serem contratados já está exaurindo. E obviamente precisamos dar continuidade, porque nossa estratégia é de ‘cloud first’, então queremos ir primeiro para nuvem e evitar expandir de forma desestruturada os datacenters do governo. Portanto teremos novas contratações de nuvem em futuro bem próximo”, adianta o secretário de governo digital do Ministério da Economia, Luis Felipe Monteiro.
O governo federal tem mais de 130 datacenters e segundo explica Monteiro, muitos deles não oferecem condições necessárias para continuar operando. Por isso, muita coisa vai para a nuvem ou para aqueles datacenters avaliados como de maior maturidade.
“O governo criou infraestrutura de forma muito desestruturada, desorganizada, descoordenada talvez seja o termo. Cada órgão, cada ministério, cada agência tem seu próprio datacenter. Isso é totalmente irracional. Primeiro porque gasta muito para montar, tem custo fixo grande, gasta muito na operação, e perde sinergia e poder de escala e mobilização porque esses datacenters não se comunicam. Hoje temos mais de 130 datacenters espalhados nos órgãos federais”, diz o secretário.
Segundo ele, “há um volume pequeno de datacenters muito maduros e muito bem avaliados que devem continuar e expandir seus serviços. Mas há na base da pirâmide um volume considerável de datacenters com baixa maturidade. Eles não tem condições que consideramos essenciais no governo para suportar serviços de missão crítica. O que vamos fazer é o ‘moving’ desses datacenters com menor maturidade para datacenters com maior confiabilidade e entre eles a nuvem vai ser objeto da recepção desses serviços, dados e sistemas. Eles não atendem em qualidade, em custos, nem têm condições de escalar para receber a demanda da transformação digital.” Assistam ao trecho da entrevista com Luis Felipe Monteiro.
O aporte previsto no País é de R$ 70 milhões, muito abaixo, por exemplo do que está sendo feito em países como China, Coreia e Espanha, lamentou o consultor de IA, Eduardo Prado, ao participar do 5x5 TecSummit. Ele advertiu que a transformação digital não acontecerá sem que se mexa nas cabeças das pessoas.
O diretor geral da AWS Brasil, Cleber Morais, enfatiza que 2020 foi o ano da disparada na transformação digital e destaca que as instituições financeiras da América Latina estão investindo 76% acima do ano passado em IaaS, PaaS e SaaS.
Por Ed Solis*
De acordo com a consultoria Omdia, o mercado de redes gerenciadas em nuvem cresce a uma taxa anual composta de 28,7%, com receitas de equipamentos previstas em US$ 5,5 bilhões
Por Srinivasa Raghavan*
Se as empresas obtiverem melhor visibilidade do custo de cada serviço em nuvem que utilizam, poderão encontrar o equilíbrio certo entre eles, reduzir as despesas operacionais e obter o melhor valor possível da nuvem.