O contrato firmado pelo Serpro com a AWS, na modalidade de parceria de negócios, como prevista na Lei das Estatais (13.30316) é o primeiro formalizado a partir de um chamamento público aberto pela empresa no fim do ano passado para buscar fornecedores interessados em um projeto de multinuvem.
Expressamente, a consulta colheu propostas técnicas “visando identificar Provedores de Serviços em Nuvem nas modalidades Infraestrutura como Serviço (IaaS), Plataforma como Serviço (PaaS) e Software como Serviço (SaaS) interessados para, em regime de parceria de negócio, prover serviços na plataforma multinuvem do Serpro”.
Conforme apresentações feitas pela estatal desde 2018, a estratégia é calcada a partir da plataforma Estaleiro, que seria a nuvem do próprio Serpro. Além dessa, a AWS é um primeiro parceiro, mas o desenho original previa adesão de outros grandes fornecedores de cloud computing.
Na época, vale lembrar, o então Ministério do Planejamento, especificamente nas funções atualmente tocadas pela Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia, vinha preparando um edital do que seria a primeira nuvem pública da administração federal – e a primeira ideia era contratar um broker de serviços multinuvem.
A proposta acabou sendo alterada para um fornecedor único, que por sinal é a própria AWS, por meio de uma parceria com a Claro/Embratel. Essa primeira licitação, no formato de Registro de Preços, reúne 23 órgãos federais. Mas a intenção declarada da Secretaria de Governo Digital é fazer novas contratações – até porque a ata está por vencer. É nesse contexto que o Serpro se movimentou como broker.
Dessa forma, a parceria de negócios firmada com a AWS tem uma estimativa de R$ 71,2 milhões em cinco anos, mas o valor vai depender da efetividade da prospecção de novos negócios por parte da estatal. É no fundo, segundo envolvidos nas tratativas, uma espécie de contrato de risco, baseada na demanda crescente por ferramentas que viabilizem a transformação digital do Estado.
O aporte previsto no País é de R$ 70 milhões, muito abaixo, por exemplo do que está sendo feito em países como China, Coreia e Espanha, lamentou o consultor de IA, Eduardo Prado, ao participar do 5x5 TecSummit. Ele advertiu que a transformação digital não acontecerá sem que se mexa nas cabeças das pessoas.
O diretor geral da AWS Brasil, Cleber Morais, enfatiza que 2020 foi o ano da disparada na transformação digital e destaca que as instituições financeiras da América Latina estão investindo 76% acima do ano passado em IaaS, PaaS e SaaS.
Por Ed Solis*
De acordo com a consultoria Omdia, o mercado de redes gerenciadas em nuvem cresce a uma taxa anual composta de 28,7%, com receitas de equipamentos previstas em US$ 5,5 bilhões
Por Srinivasa Raghavan*
Se as empresas obtiverem melhor visibilidade do custo de cada serviço em nuvem que utilizam, poderão encontrar o equilíbrio certo entre eles, reduzir as despesas operacionais e obter o melhor valor possível da nuvem.