A Dell não está com escassez de componentes na fábrica de Hortolândia, São Paulo, por conta do fechamento das fábricas dos fornecedores na China, assegurou o presidente da Dell Technologies no País, Luis Gonçalves. O executivo admite a preocupação - uma vez que para o combate ao Coronavírus, muitas fábricas seguem fechadas - mas garantiu que, no momento, a produção da Dell no País está com mais demanda pela escassez constatada em outros fornecedores do mercado nacional.
"Estamos produzindo e, neste momento, nossa rotina só foi alterada pelo aumento da demanda, mas é claro que há uma preocupação com o que pode vir pela frente caso haja uma piora no quadro do Coronavírus, mas não há, agora, nenhum sinal de efeito na produção local no Brasil", assegurou Gonçalves, em encontro com a imprensa nesta quinta-feira, 05/03, em São Paulo.
Com relação ao aumento do dólar, Gonçalves admite que o repasse será inevitável para o preço ao consumidor, mas lembra que o Brasil se tornou uma referência mundial por saber tratar a moeda local frente a moeda global ao longo dos anos.
O executivo garantiu: os planos da Dell para 2020 no Brasil não passaram por nenhuma revisão. "Não é a primeira crise que enfrentamos nesses 20 anos e certamente não será a última. Não temos um plano B para o dólar. Mas se for o caso, vamos sentar com nossos clientes e negociar. Sempre foi feito assim", completou.
Com o fim da produção global de celulares e decisão no Brasil de fechar unidade em São Paulo, empresa propôs indenização pelas demissões, de R$ 8 mil a R$ 35 mil, a depender do tempo de casa.
Para o centro brasileiro, localizado no Rio de Janeiro, a empresa de satélite contratou 10 funcionários, que serão responsáveis pelo atendimento a clientes no país e em toda a América Latina.
Em entrevista à CDTV, o executivo falou sobre os três objetivos estratégicos para 2021: reforma tributária digna para desonerar o emprego; formação de talento e medidas para garantir o uso intensivo de dados.
Apesar da crise econômica agravada pela Covid-19, o setor de TI e Comunicação cresceu 2.4% no ano passado, de acordo com dados da Brasscom. O segmento de software e serviços gerou R$ 216,1 bilhões, com crescimento de 5,1% e o de telecom, R$ 240,5 bilhões, mas com uma queda de 0,4%. Setor respondeu por 6,8% do PIB nacional.