O governo incluiu nesta terça-feira, 19/11, mais 18 ativos para concessão à iniciativa privada ou para uma possível privatização. A lista, agora, inclui, o leilão do espectro de radiofrequências para redes de telecomunicações de quinta geração, o 5G. Também revalida o interesse em privatizar o Serpro e Dataprev.
Com relação às estatais Serpro e Dataprev, o conselho deu aval para a privatização, cujos estudos haviam sido iniciados em agosto. Isso significa que as empresas foram incorporadas ao Programa Nacional de Desestatização, o que significa que estão liberadas para a venda.
Já a venda das frequências 5G entrou oficialmente no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). A previsão é que o leilão aconteça no segundo semestre de 2020. Inicialmente, a intenção do governo era fazer o leilão em março, mas atraso nos estudos do edital jogaram o prazo para a frente. Expectativa de arrecação fica em torno de R$ 20 bilhões, apesar de as regras do edital ainda estarem em discussão na Anatel e haver uma tendência em priorizar cobertura à arrecadação pela venda das frequências.
A nova lista governamental conta com duas estatais: a Nuclep, indústria de equipamentos pesados, ligada ao Ministério de Minas e Energia, e a EBC, o conglomerado federal de mídia, ligado à Secretaria de Governo. A EBC, empresa de comunicação do Governo, foi incluída na lista para estudo. Ou seja, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que cuida das privatizações e concessões, vai estudar a situação da empresa e recomendar ao presidente Jair Bolsonaro o que fazer com a estatal. Segundo Martha Seillier, secretaria especial do PPI, todas as possibilidades estão na mesa: venda, fechamento, fusão, desmembramento e parceria com a iniciativa privada.
Em geral, a inclusão no PPI é um primeiro passo e, caso os estudem apontem para a privatização, a empresa vai para o PND e já pode seguir os trâmites para ser vendida ou fechada. No caso da Nuclep o governo propôs a inclusão dela tanto no PPI quanto no PND. Ou seja, é mais uma estatal a compor oficialmente a lista de privatização do governo. Mas, como os estudos sobre o modelo vão começar a partir de agora, ainda não há um prazo para a venda acontecer. Contando com a EBC e a Nuclep, 17 estatais estão na mira da privatização.
A reunião do PPI aconteceu no Palácio do Planalto, sob o comando do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e com a abertura feita presidente Jair Bolsonaro. A reunião contou com a presença dos ministros da Economia, Paulo Guedes; da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; de Minas e Energia, Bento Albuquerque; do Meio Ambiente, Ricardo Salles; do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto; da Secretaria de Governo, Eduardo Ramos, e da secretária especial do PPI, Martha Seillier. Também compareceram os presidentes do BNDES, Gustavo Montezano; da Caixa Econômica Federal , Pedro Guimarães, e do Banco do Brasil, Rubem Novaes.
Justiça Federal no Rio Grande do Sul acatou pleito em ação civil pública e determinou a suspensão da assembleia que nomearia liquidante da estatal do chip, localizada em Porto Alegre.
Segundo Abinee, com a demora na publicação de nova resolução Gecex, fabricantes postergaram embarques para evitar imposto de importação. Ministério da Economia diz que novo texto já foi aprovado.
Novo calendário de privatizações passa as estatais de TI para 2022, junto com a Telebras. Mas antes, plano precisa apontar o que fazer com inclusão digital e segurança nacional.
“Embora o compartilhamento de dados seja muito útil à máquina pública, não vai funcionar sem anteparos que protejam contra abusos”, aponta o advogado, professor e representante da Câmara ao Conselho Nacional de Proteção de Dados, Danilo Doneda.