A entrega de produtos ao varejo só vai normalizar no Brasil entre setembro/outubro porque toda a cadeia de supply chain foi afetada. "Houve um gap de abastecimento sim, mas agora, começa a reativar, com alguns produtos mais caros por conta do dólar", conta Norberto Maraschin Filho, vice-presidente de Negócios de Consumo e Mobilidade da Positivo Tecnologia, em entrevista ao Convergência Digital.
Entre os produtos que mais encareceram estão as telas, não só pela falta de componentes como pela alta do dólar na cadeia global. O transporte aéreo também aumentou muito - até pela concorrência com os equipamentos para a Covid-19 - e a opção do navio, mais barata, leva um tempo muito maior para completar o supply chain, pontua Maraschin Filho.
No caso da Positivo Tecnologia, as vendas online que respondiam por menos de 30%, agora, são mais de 70%. "Até quando essa demanda vai ficar com esse impulso? Nós não temos como dizer. Hoje está tudo muito superdimensionado. Mas o supply chain está se adequando a eses dias", adiciona o VP da fabricante. Assistam o trecho.
Para o centro brasileiro, localizado no Rio de Janeiro, a empresa de satélite contratou 10 funcionários, que serão responsáveis pelo atendimento a clientes no país e em toda a América Latina.
Em entrevista à CDTV, o executivo falou sobre os três objetivos estratégicos para 2021: reforma tributária digna para desonerar o emprego; formação de talento e medidas para garantir o uso intensivo de dados.
Apesar da crise econômica agravada pela Covid-19, o setor de TI e Comunicação cresceu 2.4% no ano passado, de acordo com dados da Brasscom. O segmento de software e serviços gerou R$ 216,1 bilhões, com crescimento de 5,1% e o de telecom, R$ 240,5 bilhões, mas com uma queda de 0,4%. Setor respondeu por 6,8% do PIB nacional.
"O Brasil não tem de ser um celeiro de mão de obra, um BPO. Temos de fazer tecnologia. Mas falta política pública. Em 20 anos, nada aconteceu", lamenta o CEO da Plusoft, Solemar Andrade.