Uma das demandas mais requisitadas dos usuários de rádios digitais, a incorporação da banda larga, foi atendida pela Motorola Solutions, com o lançamento do smart radio Mototrbo Ion, o dispositivo tem sistema operacional Android, e que funciona com chips 3G e 4G. Objetivo da companhia é reduzir o número de dispositivos nas mãos dos clientes.
"A partir de agora, o rádio digital poderá fazer a função do celular, do tablet, do laptop em áreas críticas", observou Luis Rocha, diretor de canais da Motorola Solutions, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 23/02. Entre os alvos da companhia estão mineradoras, prefeituras e órgãos públicos, já usuários dos rádios digitais.
Indagado pelo Convergência Digital se haveria uma disputa com as teles pelos clientes corporativos de missão crítica, Rocha preferiu adotar o tom cauteloso. "Não vamos disputar com as teles. Vamos agregar opções ao cliente. Há áreas que o rádio funciona e o celular não", observou o executivo.
A companhia não explicitou uma política de incentivos à migração dos dispositivos, mas admitiu que, sim, fará reuniões com os clientes e poderá criar mecanismos para incentivar a mudança dos equipamentos. Inicialmente, conta, Rocha, o smart radio Mototrbo Ion não será fabricado no País. A Motorola Solutions também não quis dar um custo final, disse apenas que o equipamento custará 'a soma do rádio digital com um celular de banda larga de mercado'.
Com tela touchscreen de 4 polegadas, o equipamento possui 32 GB de armazenamento (expansível para 128 GB com microSD) câmera traseira de 13 MP, suporta 2 metros de água até 2 horas (IP68) e voz PTT Instantânea, além das conexões de rádio móvel digital (DMR), Wi-Fi, 3G e 4G. Sobre pilotos, Luis Rocha diz que a expectativa é que eles aconteçam no segundo semestre. "Mas também temos a meta de já ter até dezembro, equipamentos usados comercialmente. Essa é uma demanda dos nossos clientes", completou o executivo.
Para o centro brasileiro, localizado no Rio de Janeiro, a empresa de satélite contratou 10 funcionários, que serão responsáveis pelo atendimento a clientes no país e em toda a América Latina.
Em entrevista à CDTV, o executivo falou sobre os três objetivos estratégicos para 2021: reforma tributária digna para desonerar o emprego; formação de talento e medidas para garantir o uso intensivo de dados.
Apesar da crise econômica agravada pela Covid-19, o setor de TI e Comunicação cresceu 2.4% no ano passado, de acordo com dados da Brasscom. O segmento de software e serviços gerou R$ 216,1 bilhões, com crescimento de 5,1% e o de telecom, R$ 240,5 bilhões, mas com uma queda de 0,4%. Setor respondeu por 6,8% do PIB nacional.
"O Brasil não tem de ser um celeiro de mão de obra, um BPO. Temos de fazer tecnologia. Mas falta política pública. Em 20 anos, nada aconteceu", lamenta o CEO da Plusoft, Solemar Andrade.