A Intel está reconstruindo a sua estratégia e busca se redimir dos erros do passado para abrir suas frentes de negócios e ir além dos PCs, que seguem o carro-chefe das receitas. Entram no radar, datacenters, onde a empresa já reúne 30% do market share, Internet das Coisas, 5G e a velha e boa memória para processamento. "Quem acha que memória é produto do passado está muito enganado. Vai se precisar de mais e mais memória para consumir os dados. Há uma tremenda oportunidade pela frente", observou o diretor-geral da Intel Brasil, Maurício Ruiz, em entrevista ao portal Convergência Digital.
Indagado se esse boom por memória poderia, enfim, trazer uma unidade fabril da Intel para o Brasil, Ruiz foi taxativo: Com as atuais regras do jogo, não há como. "Uma fábrica não é feita para atender a demanda de um país. Ela tem de ser global. E o ambiente de negócios no Brasil é muito desafiador. Está na hora de rever a Lei de Informática. O Brasil pode escolher ficar apenas como consumidor de tecnologia, mas deixará de ser um ator do primeiro time. A produção de tecnologia para a exportação é absolutamente necessária", pontuou o executivo.
Há um ano e meio à frente da Intel Brasil e há quase 18 anos na empresa, Maurício Ruiz sabe que a fabricante precisa reparar os erros estratégicos cometidos em telecomunicações para assegurar um lugar de protagonista nos mercados de Internet das Coisas e 5G. "Estamos fazendo a lição de casa. IoT e 5G são cruciais na nossa estratégia na produção de modems e outros dispositivos", afirmou o diretor-geral da Intel. A Olimpíada de Inverno, em 2018, em Seul, em parceria com a SK Telecom, é o desafio da vez no 5G.
Os carros autônomos também são uma iniciativa da Intel. A fabricante participa de várias implantações de carros autônomos, entre eles, o Waymo, da Google. No Brasil, o cenário do carro autônomo está mais distante, mas Ruiz lembra que a maior parte dos carros está saindo das fábricas já L2 e L3. Para ser autônomo, precisa ser L5. "Vai ser mais devagar, mas é uma tecnologia que chegará", projeta o executivo.
A menina dos olhos é a Inteligência Artificial. "Estamos nesse jogo para vencer", decretou Ruiz. Segundo ele, a meta é fazer com que os sistemas se aproximem o máximo possível do ser humano. Questionado se o Brasil está atrasado em Inteligência Artificial, Ruiz disse que decisivamente não. Mas que será necessária uma política de Estado para incentivar Pesquisa e Desenvolvimento no país. "Somos ávidos consumidores de tecnologia. Temos que ir além e fazer tecnologia. Temos a agricultura para crescer. Mas pensamos em soluções de século 20. Já é mais do que hora de virar para o século 21. O Estado tem que ter política pública para as novas tecnologias", completa o executivo. Nesta segunda-feira, 27/11, a Intel promoveu o Intel Press Summit 2017, em São Paulo.
Estudo indica que os brasileiros confiam mais na inteligência artificial do que neles mesmos para cuidar de dinheiro.
Decreto recupera contabilização de dispêndios até março do ano seguinte e permite regime distinto, trimestral ou anual, por diferentes unidades do mesmo grupo.
Entre as inovações, empresas iniciantes poderão ser beneficiadas por regras diferenciadas de agências regulatórias como a Anatel. Texto vai ao Senado.
Impacto faz parte da projeção da fabricante sueca no lucro com royaltes que pode deixar de receber no trimestre. Essa não é a primeira batalha entre as empresas. Em 2012, a Samsung pagou US$ 650 milhões à Ericsson.