Com 20 nomeados, endereço e uma lista de tarefas, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados “já chegou”, afirma seu presidente, o coronel da reserva Waldemar Gonçalves. Ele admite que ainda faltam mãos e uma estrutura adequada, mas sustenta que a ANPD está trabalhando e produzindo.
“O marco da ANPD é a nomeação dos diretores, em 6 de novembro. E nesse período já publicamos um planejamento estratégico e uma agenda, lançamos o edital do Conselho Nacional de Proteção de Dados e uma tomada de subsídios para tratar de incidentes e nosso regimento interno está em fase final. A ANPD chegou e está funcionando a pleno vapor. A estrutura é enxuta, mas já está funcionando”, disse Gonçalves, ao falar sobre os primeiros passos da Autoridade durante o seminário Políticas de Telecomunicações, do portal Teletime.
“Já temos 20 nomeados, principalmente como coordenador-geral ou coordenador, sem ninguém para ser coordenado nesse primeiro momento. Só tem cacique, faltam os índios”, afirmou o presidente da ANPD. Ainda assim, garante que até agosto, quando começam a valer o poder de multar, a estrutura de fiscalização estará preparada.
“Nos aproximamos de agências como Cade e Anatel, para aproveitar bons exemplos de estrutura. Não podemos sancionar até o mês de agosto, mas em agosto temos que estar em condições de fazê-lo. Estamos dando celeridade a esse processo. Neste primeiro, momento a palavra chave é orientação. Vemos que as empresas têm essa preocupação, mas a ANPD não chegou para travar a utilização de dados. Queremos que sejam utilizados, mas de forma responsável.”
Ele reforçou que a ANPD estará permeável a participação da sociedade, para além da estr,os formaremos câmaras dedicadas para tratar e convidaremos as diversas empresas e setores que se prontificarem a colaborar com a ANPD e com o Brasil.”
Para o centro brasileiro, localizado no Rio de Janeiro, a empresa de satélite contratou 10 funcionários, que serão responsáveis pelo atendimento a clientes no país e em toda a América Latina.
Em entrevista à CDTV, o executivo falou sobre os três objetivos estratégicos para 2021: reforma tributária digna para desonerar o emprego; formação de talento e medidas para garantir o uso intensivo de dados.
Apesar da crise econômica agravada pela Covid-19, o setor de TI e Comunicação cresceu 2.4% no ano passado, de acordo com dados da Brasscom. O segmento de software e serviços gerou R$ 216,1 bilhões, com crescimento de 5,1% e o de telecom, R$ 240,5 bilhões, mas com uma queda de 0,4%. Setor respondeu por 6,8% do PIB nacional.
"O Brasil não tem de ser um celeiro de mão de obra, um BPO. Temos de fazer tecnologia. Mas falta política pública. Em 20 anos, nada aconteceu", lamenta o CEO da Plusoft, Solemar Andrade.